Esta semana não escrevi sobre nada específico...
Pequenas notas...
Nota 1:
Por enquanto, apenas a mensagem – àquele velha mensagem que sempre
me acompanha: uma desconexão entre meu corpo e minha mente. A
fragilidade do corpo contra a velocidade da mente, da vontade de
potência como diria Nietzsche, vontade na mente que luta contra a
febre e a debilidade de um pulmão que mais parece um carro 1.0, anos
80 aos trancos e barrancos exalando fumaça do progresso e bebendo o
líquido doce que faz tua mente entrar no mesmo ritmo do corpo. Mas
os ossos doem, não é apenas por uma simples fragilidade. Pode ser
uma resposta a mediocridade do qual muitas vezes somos obrigados a
mergulhar. Como sair? Talvez uma puta tenha muito mais facilidade de
sair, mas quem vive com a mente a mil (deixa acreditar nisso!) tem
essa dificuldade. Para amenizar alguns livros. Gustav Flaubert é
muito bom nisso. Esse daí teve coragem e, padecia do mesmo problema,
pagou seu preço. Três grandes obras .publicadas, isto é coisa para
os grandes. Hemingway foi mais radical, uma mente brilhante, único
de um estilo, igualmente, único. Aproveitou. Viveu e determinou tudo
aquilo que acreditava como correto. Abusou ao máximo ao limites de
sua mente brilhante e do seu corpo, afinal, não é qualquer um que
sobrevive a duas guerras (saindo ferido) e uma queda de avião.
Hoje acordei com a letra de Lobão na memória, a repetir-se:
“Décadence – é melhor viver dez anos a mil, do que mil anos a
dez”. Isso me faz pensar sobre um monte de coisas, inclusive, não
ser mais um inútil que passa a vida reproduzindo todas as baboseiras
que já estamos acostumados. No natal: papai noel, na semana santa:
peixe e ovo da pascoa; no São joão: roupas de matuto, sem falar do
carnaval. Tudo bem, sei que estou sendo chato, mas tenho que ter o
direito de escolha.
Hoje as pessoas estão cada vez mais parecidas com as outras. Todos
assistindo a mesma TV, vendo personagens caricatos, acreditando nas
mesmas coisas, os mesmos valores, ou melhor, abandonando-as pelo
pragmatismo , acreditando piamente que o dinheiro que pagam é o
suficiente ou que àquilo que leem na rede, sem o menor senso crítico
é suficiente. Esse é apenas um aspecto. Cada vez mais
conservadores, tendo em vista que todos devem ser iguais, em nome da
ordem e do bem-estar, do certo ou errado, da boa e velha burra
dicotomia.
Sobre tudo isso, penso que o Fascismo é uma bomba embutida dentro de
mentes devidamente controladas, prontas a serem acionadas por líderes
inescrupulosos e/ou por homens vaidosos que de tão geniais não tem
coragem de olharem pra sim. Geniais! Bonzinhos! Cordiais! (como dizia
Sérgio Buarque e Gilberto). Alguém dúvida? Basta pensarmos que
estamos, cada vez mais distantes de coisas comuns. Chega por hoje.
Estou cansado! Minha cabeça doí, minhas mãos estão duras...
3 comentários:
A iniciativa ta valendo demais....ainda mais partindo dessa inquietação propulsora que busca anular esse senso comum que nos aprisona e nos impulsiona a ambientes desumanos. Nos alocando em pontos legitimadores da subalternização via capitalismo...parabéns pelos Rascunhos!
A iniciativa ta valendo demais....ainda mais partindo dessa inquietação propulsora que busca anular esse senso comum que nos aprisona e nos impulsiona a ambientes desumanos. Nos alocando em pontos legitimadores da subalternização via capitalismo...parabéns pelos Rascunhos!
Obrigado, Araceli.
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