sábado, 23 de novembro de 2013

Algumas reflexões sobre a leitura de Schopenhauer

A pobreza de espírito gosta de vestir-se com tal comportamento, assim como, na vida, a estupidez se veste de bom grado com a gravidade e a formalidade.” (Schopenhauer, Sobre o ofício do escritor, 2005, p. 38)

Não sei se isto é válido apenas para a escrita. Na medida que tem sempre alguém, com palavras bonitas, afirmando que você pode não ser digno ao exercício daquilo que você faz ou escreve, mas sem apresentar nenhum argumento, valendo-se do fato de lhe ser atribuído uma função, pode parecer muito pouco. Está revestido de pompa. No dia a dia é preciso bem mais do que isso. Pensando nessas questões e, lendo - sempre que possível – Schopenhauer percebo que muitos vivem da aparência, mas quando se chega perto ou pressiona ver-se apenas poeira.
Ainda sobre essa questão Schopenhauer coloca a seguinte questão:

Os que compõe discursos difíceis, obscuros, enleados e ambíguos não sabem ao certo o que tem a dizer; têm somente uma consciência vaga a esse respeito, que luta primeiro por uma ideia; porém, amiúde querem também ocultar de si mesmos e dos outros que, na realidade, eles não têm nada a dizer” (idem, p.39)


Daí não me impressionar com os discursos de autoridade, são inclusive legítimos. De outros já vejo como um pouco mais complicados e, ai busco os argumentos do autor citado. Acho que pra evitar esse tipo de coisa e, até mesmo para não cometer os mesmo erros. Alias, esta critica não é direcionada a ninguém, apenas a mim – que muitas vezes não reconheço o meu lugar na fala e/ou do lugar que estou falando. Pensando nisso, buscar a linguagem e a posição sempre técnica é um grande desafio. Falar apenas do local em que estou sem referência à outros para que não cause mal estar a ninguém e, principalmente, deixar que os iguais discutam entre si.

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