“A pobreza de
espírito gosta de vestir-se com tal comportamento, assim como, na
vida, a estupidez se veste de bom grado com a gravidade e a
formalidade.” (Schopenhauer, Sobre o ofício do escritor, 2005, p. 38)
Não sei se isto é
válido apenas para a escrita. Na medida que tem sempre alguém, com
palavras bonitas, afirmando que você pode não ser digno ao
exercício daquilo que você faz ou escreve, mas sem apresentar
nenhum argumento, valendo-se do fato de lhe ser atribuído uma
função, pode parecer muito pouco. Está revestido de pompa. No dia
a dia é preciso bem mais do que isso. Pensando nessas questões e,
lendo - sempre que possível – Schopenhauer percebo que muitos
vivem da aparência, mas quando se chega perto ou pressiona ver-se
apenas poeira.
Ainda sobre essa
questão Schopenhauer coloca a seguinte questão:
“Os que
compõe discursos difíceis, obscuros, enleados e ambíguos não
sabem ao certo o que tem a dizer; têm somente uma consciência vaga
a esse respeito, que luta primeiro por uma ideia; porém, amiúde
querem também ocultar de si mesmos e dos outros que, na realidade,
eles não têm nada a dizer” (idem, p.39)
Daí não me
impressionar com os discursos de autoridade, são inclusive
legítimos. De outros já vejo como um pouco mais complicados e, ai
busco os argumentos do autor citado. Acho que pra evitar esse tipo de
coisa e, até mesmo para não cometer os mesmo erros. Alias, esta
critica não é direcionada a ninguém, apenas a mim – que muitas
vezes não reconheço o meu lugar na fala e/ou do lugar que estou
falando. Pensando nisso, buscar a linguagem e a posição sempre
técnica é um grande desafio. Falar apenas do local em que estou sem
referência à outros para que não cause mal estar a ninguém e,
principalmente, deixar que os iguais discutam entre si.
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