segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

O que não vemos em nossos espelhos


Quais as questões centrais e/ou, pelo menos, a que todos deveriam estar certos que não deveriam nunca ser questionadas? Ou mudadas? Ou serem apontadas como o grande ideal? Muitos poderiam indicar um monte de coisas. Eu, também, posso. Todos podem, mas não vejo isso como um elemento central, por uma questão simples: a diversidade de propostas e princípios nos daria algumas horas de leitura - se é que fosse possível concluir todos. Isso não é ruim, muito pelo contrário. No entanto a questão é abrangente e complexa do qual – repito – não me atrevo a uma única resposta.
Quem sabe liberdade de pensamento. Mas, liberdade de pensamento não deve ser nunca motivo para ofensas. Todos em alguns momentos, em nome dessa suposta liberdade chega a falar coisas que não se deve, mas isto não é liberdade de pensamento, mas ausência de algo que organize e sistematize o pensamento.
A luta por grandes ideais? Quais? Os da direita ou da esquerda? Quem é da direita diz que a esquerda é o mal; quem é da esquerda diz que a direita é o mal. Cada um com seus teóricos, suas teorias e suas verdades. Estenda-se isso a quase tudo. Pessoas vão tomando posições de acordo com suas conveniências e a justificando da melhor forma possível. O ápice de tudo isso é a guerra, a violência, as intolerâncias das mais diversas ordens.
Como não sou um cosmopolita e minha visão de mundo está restrita ao meu microscópico mundo e a ignorância intelectual, não tenho respostas prontas a essas questões. Apenas impressões. Minhas impressões indicam que há sociedade (ou pelo menos grupos sociais) que aprenderam a lidar melhor com essas diferenças, mesmo que sejam poços de contradições.
Basta que comparemos perspectivas de vida em algumas sociedades, ou até mesmo entre nós – entre classes e grupos sociais. A constituição e o peso desses valores tende a ser bastante proporcional às oportunidades e aos universos que estão inseridos. Acredito que nos falta essa coragem em assumirmos nossos locais, nossas reais condições de vida, nossa história, aquilo que gostaríamos de ser. Talvez fossemos menos hipócritas, mentirosos, autoritários e, tantas outras mazelas que apontamos no outro, mas que infelizmente, está em todos nós: homens e mulheres corroídos pela própria vaidade, igual a Dorian Gray, de Oscar Wilde.

Vivemos um modelo de sociedade que preza em demasia aos papeis sociais, as conveniências institucionais, sem dá muito importância as questões que podem formar o homem (e mulher) em todas as suas dimensões. Em função disso, metodologicamente, nos isolamos numa repetição doentia que nos faz repetir velhos dilemas, velhos problemas. A novidade seria a possibilidade de não explicação e a incerteza que poderia nos levar à construção daquilo que não conhecemos. A sensação de que algo diferente acontece e, que todos admirem com espanto o futuro por construir.

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