Quais as questões centrais e/ou,
pelo menos, a que todos deveriam estar certos que não deveriam nunca
ser questionadas? Ou mudadas? Ou serem apontadas como o grande ideal?
Muitos poderiam indicar um monte de coisas. Eu, também, posso.
Todos podem, mas não vejo isso como um elemento central, por uma
questão simples: a diversidade de propostas e princípios nos daria
algumas horas de leitura - se é que fosse possível concluir todos.
Isso não é ruim, muito pelo contrário. No entanto a questão é
abrangente e complexa do qual – repito – não me atrevo a uma
única resposta.
Quem sabe liberdade de
pensamento. Mas, liberdade de pensamento não deve ser nunca motivo
para ofensas. Todos em alguns momentos, em nome dessa suposta
liberdade chega a falar coisas que não se deve, mas isto não é
liberdade de pensamento, mas ausência de algo que organize e
sistematize o pensamento.
A luta por grandes ideais? Quais?
Os da direita ou da esquerda? Quem é da direita diz que a esquerda é
o mal; quem é da esquerda diz que a direita é o mal. Cada um com
seus teóricos, suas teorias e suas verdades. Estenda-se isso a quase
tudo. Pessoas vão tomando posições de acordo com suas
conveniências e a justificando da melhor forma possível. O ápice
de tudo isso é a guerra, a violência, as intolerâncias das mais
diversas ordens.
Como não sou um cosmopolita e
minha visão de mundo está restrita ao meu microscópico mundo e a
ignorância intelectual, não tenho respostas prontas a essas
questões. Apenas impressões. Minhas impressões indicam que há
sociedade (ou pelo menos grupos sociais) que aprenderam a lidar
melhor com essas diferenças, mesmo que sejam poços de contradições.
Basta que comparemos perspectivas
de vida em algumas sociedades, ou até mesmo entre nós – entre
classes e grupos sociais. A constituição e o peso desses valores
tende a ser bastante proporcional às oportunidades e aos universos
que estão inseridos. Acredito que nos falta essa coragem em
assumirmos nossos locais, nossas reais condições de vida, nossa
história, aquilo que gostaríamos de ser. Talvez fossemos menos
hipócritas, mentirosos, autoritários e, tantas outras mazelas que
apontamos no outro, mas que infelizmente, está em todos nós: homens
e mulheres corroídos pela própria vaidade, igual a Dorian Gray, de
Oscar Wilde.
Vivemos um modelo de sociedade
que preza em demasia aos papeis sociais, as conveniências
institucionais, sem dá muito importância as questões que podem
formar o homem (e mulher) em todas as suas dimensões. Em função
disso, metodologicamente, nos isolamos numa repetição doentia que
nos faz repetir velhos dilemas, velhos problemas. A novidade seria a
possibilidade de não explicação e a incerteza que poderia nos
levar à construção daquilo que não conhecemos. A sensação de
que algo diferente acontece e, que todos admirem com espanto o futuro
por construir.
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