segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Afinal, realidade!


A realidade é sempre mais complexa que nossa experiência do cotidiano. O que vemos na maioria das vezes é aparência. O que vivemos não é realidade, mas parte. São afirmações que faço ao pensar sobre o que assistimos na TV ou lemos na imprensa. Engraçado como os assuntos são elencados e viram pauta, viram realidade - mesmo quando estão em outra cultura, outra realidade. Criam-se inimigos, faz-se heróis com tanta rapidez que não dá tempo para pensarmos e tirar nossas conclusões. Aliás! Pensar muito fica ultrapassado porque ao chegar num ponto de vista já temos outra discussão.
Afinal o que fica disso tudo? Como diz o sociólogo Zigmunt Bauman tudo é líquido. Não está apenas falando da fluidez da vida, mas do efêmero com status de clássico enquanto dure. Não quero afirmar que desprezemos tudo, até porque acho que o problema é esse: desprezamos tudo. Desprezamos nosso próprio presente em função de ideias alheias sem nos darmos conta do que realmente somos. Sabermos disso não é uma coisa impossível e destinada à intelectuais “papo cabeça”, estes são tão efêmeros quanto os heróis de grandes emissoras de TV em seus cenários azuis.
Bom! Estou escrevendo isso, mas estou longe de uma solução. Não quero entrar no “papo cabeça”, porque isso me daria a obrigação de falar dos livros que não li, mas que por uma questão de ser “cabeça” tenho diz que são ruins, ou na obrigação de me autointitular o guardião de princípios políticos perdidos em função do grande mostro e devorador do qual – para não ofender posições – prefiro não citar. Chego a uma conclusão pessoal e, acho justa e saudável que discordem, a realidade não é minha experiência, embora faça parte dela. Talvez seja o privilégio de pensar sobre, mesmo sem a obrigação de uma conclusão.

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