A
realidade é sempre mais complexa que nossa experiência do
cotidiano. O que vemos na maioria das vezes é aparência. O que
vivemos não é realidade, mas parte. São afirmações que faço ao
pensar sobre o que assistimos na TV ou lemos na imprensa. Engraçado
como os assuntos são elencados e viram pauta, viram realidade -
mesmo quando estão em outra cultura, outra realidade. Criam-se
inimigos, faz-se heróis com tanta rapidez que não dá tempo para
pensarmos e tirar nossas conclusões. Aliás! Pensar muito fica
ultrapassado porque ao chegar num ponto de vista já temos outra
discussão.
Afinal
o que fica disso tudo? Como diz o sociólogo Zigmunt Bauman tudo é
líquido. Não está apenas falando da fluidez da vida, mas do
efêmero com status de clássico enquanto dure. Não quero afirmar
que desprezemos tudo, até porque acho que o problema é esse:
desprezamos tudo. Desprezamos nosso próprio presente em função de
ideias alheias sem nos darmos conta do que realmente somos. Sabermos
disso não é uma coisa impossível e destinada à intelectuais “papo
cabeça”, estes são tão efêmeros quanto os heróis de grandes
emissoras de TV em seus cenários azuis.
Bom!
Estou escrevendo isso, mas estou longe de uma solução. Não quero
entrar no “papo cabeça”, porque isso me daria a obrigação de
falar dos livros que não li, mas que por uma questão de ser
“cabeça” tenho diz que são ruins, ou na obrigação de me
autointitular o guardião de princípios políticos perdidos em
função do grande mostro e devorador do qual – para não ofender
posições – prefiro não citar. Chego a uma conclusão pessoal e,
acho justa e saudável que discordem, a realidade não é minha
experiência, embora faça parte dela. Talvez seja o privilégio de
pensar sobre, mesmo sem a obrigação de uma conclusão.
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