quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Vivemos um mundo com poucas chances de mudança

Tem coisas que busco explicação, mas simplesmente, não consigo entender. Aliás, há muita coisa.
Uma dessas tantas é o conservadorismo de alguns jovens. Fico assustado com o radicalismo conservador dos jovens em não aceitar ideias contrárias a sua lógica. Impressiona como qualquer coisa que vai contra a visão de seus pequenos mundo causa desconforto e, o pior não é isso. Tentam de todas as formas não ouvirem. Vivem hoje, praticamente, de repetirem argumentos de facebook, com pouca reflexão. Acho engraçado quando nos lançamos a fazê-los refletir. A impressão que dá é que existe uma orientação que diz o seguinte: “não dê atenção, não escute nada que estiver fora das orientações que colocamos em frases de efeito, seja no face ou por algum guro que indica o caminho da verdade.
Verdade. Eita palavrinha maldita. Todos querem ter a VERDADE. Alguns, inclusive, não se permitem a pensar fora dessa lógica, até mesmo para fundamentar os argumentos. Moral da história:  como fico se todos já sabem de tudo? Sim! Sabem de tudo, tem respostas para tudo e o que é melhor: não precisaram ler e pesquisar como faço a anos. Já sabem de tudo a ponto de julgarem a vida do outro. Ainda bem que ainda, em nome da VERADADE, não lhes foi dado o direito ao julgamento inquisitor – a exemplo do que ocorrerá no período medieval.
O discurso da moral e dos bons costumes tornar-se preponderante sobre as questões da ética, quando na verdade, seria muito mais prudente e educativo caminhar com os dois, por uma questão muito simples. Do jeito que as coisas se encaminham, não vai demorar que pessoas passam agredir as outras por uma questão moral, o que desconsidera questões éticas como o direito universal a integridade física, independente de opinião, escolha sexual e orientação política. Ouvi isso de uma aluno que afirmou está apenas preocupado com as questões da moral, porque ética é muito difícil, logo, a sociedade não é ética e quem tentar sê-lo se dará mal na vida. 
Esta semana está sendo bem difícil. Tenho me deparado com pessoas cujo projeto de vida não está incluso a liberdade, apenas o imediatismo da vida e as certezas que colocam a todos numa zona de conforto, com pouca reflexão, com a ironia dos mais inteligentes e espertos, com o velho jeitinho e a cordialidade bem típicas de quer apenas se dá bem. Isso me deixa profundamente desanimado, mas ao mesmo tempo convicto de alguns valores éticos que fui apreendendo ao longo de minha história, o que de certa forma me coloca numa posição e visão de mundo bastante diferenciada.
Ah! só para não esquecer: a impressão que tenho que o choque de geração que muitos falavam dá-se hoje de forma inversa. Antigos valores, perspectivas arcaicas como referências de pouca renovação, ou seja, os jovens não querem mudar. Posso está enganado, mas difícil me convencer do contrário.

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