quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Pensando em novas possibilidades de leituras ...

Nos últimos meses tenho lido mais questões sobre a pós-modernidade. Práticas discursivas com forte valorização das questões locais, com novas formas de se contar a história. Não tenho certeza – dada minha ignorância (tendo em vista que assim o sou) a uma igual valorização de narrativas, num jogo complexo de construção e desconstrução sobre a própria história. Claro que há muito mais, como por exemplo a ideia de Ulrick Beck ao tratar do self, da subpolítica e de um processo de individualização da vida social como resultante da supremacia do sistema capitalista. Claro que nunca escreverei, nem muito menos chegarei a um nível razoável de entendimento sobre essas questões, mas agrada (pessoalmente) refletir sobre o momento que vivemos a partir desta literatura.
Ajuda a pelo menos a pensar no que vemos como grandes contradições do mundo da política – se pensarmos, obviamente, pelo viés das grandes ideologias – no qual acordos são estabelecidos para resolver o problema de hoje, porque a uma demanda de indivíduos (ou de grupos individualizados) que organizados politicamente pressionam o poder público. Não entrarei no mérito ou em adjetivações, mas é fato que isto acontece em nossa política. Acredito que de uma parte tem trazido bons resultados, em especial para movimentos que se organizam em torno de uma causa. O lado questionável é que o excesso de individualização tem levado a um constante estranhamento do outro (pelo menos é isso que vejo e, obviamente, posso está imensamente enganado). Espanta, por exemplo, que ao invés das pessoas ficarem preocupadas em socorrer a senhora que foi atropelada, muitos utilizam o celular para filmar a agonia da senhora que precisa de ajuda, o mesmo acontece no trânsito, quando de posse do meu veículo possante, interessa apenas passar por tudo e por todos custe o que custar (neste caso de vidas que podem se perder). Uma individualização que faz perde a noção do público e de todas questões em volta.
Tenho me utilizado destas leituras também nas aulas de sociologia para fugir também dos manuais, quase sempre repetitivos. Trazer as questões relativas às comunicações e sistemas de informação como elemento importante na organização da vida tem dado alguns resultados. Claro que há limitações, mas não me intimido em trazer a leitura fomentar o debate. São caminhos que ainda estou tentando traçar. Bem difíceis tendo em vista que o estranhamento é a ainda bem maior, se comparado com a teoria sociológica clássica (e positivista). Amanhã devo está retomando estas leituras em algumas turmas, desta vez com Boaventura.

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