Nos últimos meses tenho lido mais questões sobre a pós-modernidade.
Práticas discursivas com forte valorização das questões locais,
com novas formas de se contar a história. Não tenho certeza –
dada minha ignorância (tendo em vista que assim o sou) a uma igual
valorização de narrativas, num jogo complexo de construção e
desconstrução sobre a própria história. Claro que há muito mais,
como por exemplo a ideia de Ulrick Beck ao tratar do self, da
subpolítica e de um processo de individualização da vida social
como resultante da supremacia do sistema capitalista. Claro que nunca
escreverei, nem muito menos chegarei a um nível razoável de
entendimento sobre essas questões, mas agrada (pessoalmente)
refletir sobre o momento que vivemos a partir desta literatura.
Ajuda a pelo menos a pensar no que vemos como grandes contradições
do mundo da política – se pensarmos, obviamente, pelo viés das
grandes ideologias – no qual acordos são estabelecidos para
resolver o problema de hoje, porque a uma demanda de indivíduos (ou
de grupos individualizados) que organizados politicamente pressionam
o poder público. Não entrarei no mérito ou em adjetivações, mas
é fato que isto acontece em nossa política. Acredito que de uma
parte tem trazido bons resultados, em especial para movimentos que se
organizam em torno de uma causa. O lado questionável é que o
excesso de individualização tem levado a um constante estranhamento
do outro (pelo menos é isso que vejo e, obviamente, posso está
imensamente enganado). Espanta, por exemplo, que ao invés das
pessoas ficarem preocupadas em socorrer a senhora que foi atropelada,
muitos utilizam o celular para filmar a agonia da senhora que precisa
de ajuda, o mesmo acontece no trânsito, quando de posse do meu
veículo possante, interessa apenas passar por tudo e por todos custe
o que custar (neste caso de vidas que podem se perder). Uma
individualização que faz perde a noção do público e de todas
questões em volta.
Tenho me utilizado destas leituras também nas aulas de sociologia
para fugir também dos manuais, quase sempre repetitivos. Trazer as
questões relativas às comunicações e sistemas de informação
como elemento importante na organização da vida tem dado alguns
resultados. Claro que há limitações, mas não me intimido em
trazer a leitura fomentar o debate. São caminhos que ainda estou
tentando traçar. Bem difíceis tendo em vista que o estranhamento é
a ainda bem maior, se comparado com a teoria sociológica clássica
(e positivista). Amanhã devo está retomando estas leituras em
algumas turmas, desta vez com Boaventura.
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