terça-feira, 29 de julho de 2014

24 horas sem internet

Ontem aconteceu algo que ascendeu o luz amarela de advertência. Por coincidência na ocasião lia um artigo que tratava da importância da comunicação na era da informática. Quando terminei a leitura lembrei que precisava escrever um e-mail o sinal da internet desaparece. Ligo para a prestadora que de imediato informa que tiveram um problema na central e que o prazo para estabelecer o sistema seria de no máximo 24 horas. De imediato minha reação foi de indignação:
Como? 24 horas sem internet? ABSURDO!”
Desliguei o telefone com respiração ofegante tamanha era minha raiva por não ter o serviço disponível. O tempo foi passando e fui me ocupando de outras coisas. Continuei a leitura, fiz algumas anotações. Depois peguei outro livro que estava terminando de ler, em pouco mais de 40 min, mais uma leitura concluída. Depois disso pensava sobre alguns escritos que precisava concluir. Cansado resolvo desligar o computador.
Por volta das 20 horas Angela me avisa que o sinal estava de volta. “A internet voltou”. Em pouco mais de três horas sob o sentimento de indignação tinha lido um texto, feitos suas devidas anotações, concluído outro e terminado a leitura de um livro. Mesmo assim, voltei a ligar o computador. Abri os e-mails, e tudo a mesma coisa. Percebi que já não tinha a mesma urgência, acessei o facebook, igualmente, não tinha visto nada que já não soubesse - ou as velhas repetições de frases de efeito, de tirinhas, artigos e músicas, enfim, informação, informação, informação...
Passado às 24 horas, agora de cabeça fria acho que a internet poderia - pelo menos essa semana que ainda não retomei minha atividades profissionais -, ficar fora do ar. Por que afinal de contas, o que aconteceria se não estivesse com sinal? No meu caso, absolutamente nada. Efetivamente não estava precisando. Aliás foi o momento que entrei num diálogo interessante com outro livro que leio, tipo: viagem mesmo! Leitura fantástica que seria interrompida porque iria, mais uma vez ao facebook ver as novidades. E que novidades? Certamente, nenhuma que no momento atual responderia as minhas necessidades, nenhuma que nesse apagão me fizesse pensar que algumas questões que me preocupam do ponto de vista de uma prática está muito direcionada a que me desligue do que necessariamente fique high tech.
Pode ser que isso seja uma das grandes bobagens que penso e posto, mas vejo muito mais necessário a comunicação do que a pura e simples informação, talvez me desligar do segundo em função do primeiro. A impressão que tenho em meio a isso é que nos tornamos apenas um byte sem nenhuma função, enfim, não poderia ter ocorrido nada melhor do que ter ficado sem internet , terminado a leitura sobre 'artesanato intelectual' e ter percebido que as vezes precisamos de nos desconectar. Não prego a vida sem esses sistemas, mas precisamos às vezes desviar nosso olhar da tela (seja do notebook, tablet, smarts) e percebemos o que está a nossa volta e o que podemos fazer sem o que consideramos 'fundamental'.

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