“Como? 24 horas sem internet?
ABSURDO!”
Desliguei o telefone com
respiração ofegante tamanha era minha raiva por não ter o serviço
disponível. O tempo foi passando e fui me ocupando de outras coisas.
Continuei a leitura, fiz algumas anotações. Depois peguei outro
livro que estava terminando de ler, em pouco mais de 40 min, mais uma
leitura concluída. Depois disso pensava sobre alguns escritos que
precisava concluir. Cansado resolvo desligar o computador.
Por volta das 20 horas Angela me
avisa que o sinal estava de volta. “A internet voltou”. Em pouco
mais de três horas sob o sentimento de indignação tinha lido um
texto, feitos suas devidas anotações, concluído outro e terminado
a leitura de um livro. Mesmo assim, voltei a ligar o computador. Abri
os e-mails, e tudo a mesma coisa. Percebi que já não tinha a mesma
urgência, acessei o facebook, igualmente, não tinha visto nada que
já não soubesse - ou as velhas repetições de frases de efeito,
de tirinhas, artigos e músicas, enfim, informação, informação,
informação...
Passado às 24 horas, agora de
cabeça fria acho que a internet poderia - pelo menos essa semana que
ainda não retomei minha atividades profissionais -, ficar fora do
ar. Por que afinal de contas, o que aconteceria se não estivesse com
sinal? No meu caso, absolutamente nada. Efetivamente não estava
precisando. Aliás foi o momento que entrei num diálogo interessante
com outro livro que leio, tipo: viagem mesmo! Leitura fantástica que
seria interrompida porque iria, mais uma vez ao facebook ver as
novidades. E que novidades? Certamente, nenhuma que no momento atual
responderia as minhas necessidades, nenhuma que nesse apagão me
fizesse pensar que algumas questões que me preocupam do ponto de
vista de uma prática está muito direcionada a que me desligue do
que necessariamente fique high tech.
Pode ser que isso seja uma das
grandes bobagens que penso e posto, mas vejo muito mais necessário a
comunicação do que a pura e simples informação, talvez me
desligar do segundo em função do primeiro. A impressão que tenho
em meio a isso é que nos tornamos apenas um byte sem nenhuma função,
enfim, não poderia ter ocorrido nada melhor do que ter ficado sem
internet , terminado a leitura sobre 'artesanato intelectual' e ter
percebido que as vezes precisamos de nos desconectar. Não prego a
vida sem esses sistemas, mas precisamos às vezes desviar nosso olhar
da tela (seja do notebook, tablet, smarts) e percebemos o que está a
nossa volta e o que podemos fazer sem o que consideramos
'fundamental'.
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