Todos
os dias passo numa rua que de inverno a verão, entra ano sai ano
fica a mesma coisa. Os carros passam muito lentamente. A impressão é
que podemos está andando na superfície da lua ou de algum planeta
muito distante. Falar em buracos é agressão a condição que se
encontra. Na verdade você entra numa superfície, desce e sobe e,
logo em seguida, entra em outra. De moto da pra ir um pouquinho mais
rápido. Um pouquinho! Quando não está chovendo a população local
consegue passar com menos dificuldade. Em dias chuvosos a disputa é
desigual entre carros e motos. Já ouvi muitos falarem um monte de
coisas justificando a razão de tamanho descaso do poder público,
mas como não são informações dos próprios não acredito que seja
digno de crédito. O fato é que se alguém precisar de um serviço
médico, certamente, o carro de socorro vai ter dificuldades de
circular na rua.
Por
que estou pensando nisso? Primeiro porque acabei de circular na rua,
pensando como pode tanto tempo o mesmo problema. Segundo, em uma das
casas vi alguns cartazes de candidato e ai inevitável não pensar
numa razão que faça essas pessoas estamparei cartazes com dizeres
de 'mudança' quando a oportunidade de tal não acontece no presente.
Pode ser que seja meu pessimismo e a mesma descrença que muitos
demonstram por àqueles que ai se mostram como solução. Falo isso
independente de posição ideológica, até porque muitos podem
querer arrumar argumentos que as coisas não são bem assim porque a
mudança ocorre sim e tudo é meio demorado, blá, blá. Blá...
Também, não estou querendo afirmar que a política não serve de
nada e cair numa indiferença.
Não
tenho conhecimento nem autoridade para tal afirmação, mas vejo que
as coisas precisam acontecer para além do meramente especulativo,
mesmo não vendo muitas saídas para isso, acredito que é preciso
mudar. Na minha ignorância e desconhecimento político, ainda ouso
(contrariando o diagnóstico dos expects) não será com nenhum
desses - nem com os que se poem como novos-, e o que dizer daqueles
que já tiveram uma vida inteira para propor algo e não o fizeram.
Para
completar não posso esquecer que vivemos no tempo da
inevitabilidade. Nem sei se existe o termo, mas refiro-me àquelas
alegações do inevitável do tipo:
“não
podemos fazer diferente porque em todo o planeta já se faz assim e
PRONTO!”
“Não
podemos o modo de pensar as políticas públicas porque tudo está
definido assim e se alguém rebaixar o número X, perderemos a
confiança (aliás, perder confiança em quem não conhecemos e nem
nos conhece) e seremos os piores do mundo”.
São
as inevitabilidades da política, dos apertos de mãos mais
inusitados da história, talvez, ainda pior do que fatídica cena
entre Prestes e Getúlio, depois da morte de Olga. Enfim, cenas
bizarras, do qual veremos ainda piores nos programas eleitorais,
cenas ainda piores do que triste realidades daqueles que poderiam ter
suas vidas salvas se tivéssemos serviços públicos a altura dos
impostos que pagamos. São questionamentos que não tenho,
igualmente, uma resposta pronta, mas que me dão a garantia de que
está posto precisa, sim, mudar. Quem e o quê, essa é a grande
questão. No final das contas, infelizmente, esse é país que
valoriza o faz de conta, porque o contrário é indigesto, nosso
egoísmo não nos permite pensar além do que covardemente fingimos
não vê.
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