quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Andando na superfície da lua

Todos os dias passo numa rua que de inverno a verão, entra ano sai ano fica a mesma coisa. Os carros passam muito lentamente. A impressão é que podemos está andando na superfície da lua ou de algum planeta muito distante. Falar em buracos é agressão a condição que se encontra. Na verdade você entra numa superfície, desce e sobe e, logo em seguida, entra em outra. De moto da pra ir um pouquinho mais rápido. Um pouquinho! Quando não está chovendo a população local consegue passar com menos dificuldade. Em dias chuvosos a disputa é desigual entre carros e motos. Já ouvi muitos falarem um monte de coisas justificando a razão de tamanho descaso do poder público, mas como não são informações dos próprios não acredito que seja digno de crédito. O fato é que se alguém precisar de um serviço médico, certamente, o carro de socorro vai ter dificuldades de circular na rua.
Por que estou pensando nisso? Primeiro porque acabei de circular na rua, pensando como pode tanto tempo o mesmo problema. Segundo, em uma das casas vi alguns cartazes de candidato e ai inevitável não pensar numa razão que faça essas pessoas estamparei cartazes com dizeres de 'mudança' quando a oportunidade de tal não acontece no presente. Pode ser que seja meu pessimismo e a mesma descrença que muitos demonstram por àqueles que ai se mostram como solução. Falo isso independente de posição ideológica, até porque muitos podem querer arrumar argumentos que as coisas não são bem assim porque a mudança ocorre sim e tudo é meio demorado, blá, blá. Blá... Também, não estou querendo afirmar que a política não serve de nada e cair numa indiferença.
Não tenho conhecimento nem autoridade para tal afirmação, mas vejo que as coisas precisam acontecer para além do meramente especulativo, mesmo não vendo muitas saídas para isso, acredito que é preciso mudar. Na minha ignorância e desconhecimento político, ainda ouso (contrariando o diagnóstico dos expects) não será com nenhum desses - nem com os que se poem como novos-, e o que dizer daqueles que já tiveram uma vida inteira para propor algo e não o fizeram.
Para completar não posso esquecer que vivemos no tempo da inevitabilidade. Nem sei se existe o termo, mas refiro-me àquelas alegações do inevitável do tipo:
“não podemos fazer diferente porque em todo o planeta já se faz assim e PRONTO!”
“Não podemos o modo de pensar as políticas públicas porque tudo está definido assim e se alguém rebaixar o número X, perderemos a confiança (aliás, perder confiança em quem não conhecemos e nem nos conhece) e seremos os piores do mundo”.
São as inevitabilidades da política, dos apertos de mãos mais inusitados da história, talvez, ainda pior do que fatídica cena entre Prestes e Getúlio, depois da morte de Olga. Enfim, cenas bizarras, do qual veremos ainda piores nos programas eleitorais, cenas ainda piores do que triste realidades daqueles que poderiam ter suas vidas salvas se tivéssemos serviços públicos a altura dos impostos que pagamos. São questionamentos que não tenho, igualmente, uma resposta pronta, mas que me dão a garantia de que está posto precisa, sim, mudar. Quem e o quê, essa é a grande questão. No final das contas, infelizmente, esse é país que valoriza o faz de conta, porque o contrário é indigesto, nosso egoísmo não nos permite pensar além do que covardemente fingimos não vê.

Nenhum comentário: