sábado, 17 de maio de 2014

Depois de muito tempo voltei a um antigo projeto de novela que pretendia desenvolver.
´Um dos personagens, conhecido como empresário de sucesso vê-se no meio de uma crise financeira que o afeta em todos os outros campos de sua vida. Entre crises, tração dos amigos, a quem os tinha por sócios, abandono de sua companheira, vai aos poucos abandonando-se entre os bares underground. Numa dessas noites, vinte quilos mais gordo – mais pobre na mesma proporção – o personagem cai. Sente que alguma coisa está acontecendo. O coração acelera-se de modo que não consegue controlar mas, nenhum movimento. Sua caixa torácica é pequena. Consegue ainda pagar a conta. As garçonetes permanecem indiferentes ao que parecia apenas embriaguez. Arrastava-se cambaleando. Queria ligar pra alguém, mas quem? À Pablo que lhe tomará a direção da empresa? À Luciana, mesmo que quisesse não conseguiria. Não tinha nenhuma referência. Quando saiu do bar procurou um lugar pra escorar-se. As batidas deixavam seu corpo mais lento e fraco, ao mesmo tempo que uma sensação de abandono de si dominava sua mente. Aos poucos seu corpo vai cedendo. Escuta uma voz bem baixinha ao seu ouvido:
pegue tudo que quiser de mim, mas não me deixe pensar como os outros, não deixe de me inquietar sempre que necessário, porque sei que um dia virás numa única viagem. Tudo bem! Pegue na minha mão e me puxe para onde quiser me levar, mas por favor, afaste de mim essa realidade estúpida”
Sentia que dali não sairia tão facilmente, ao ceder sua cabeça na calçada úmida em disputas com baratas e pombos, mesmo sem conseguir falar, sentiu que algo lhe acontecia, e que nada, (mesmo aquela multidão que vivia a noite) poderia ajudá-lo.
O personagem acorda dois meses depois. As luzes brancas, a sensação fria do ambiente. Os braços tomados por fios e mangueiras. Ele ainda tinha uma chance, apenas uma...'
Depois continuo que essa digna história brega, bem digna de novela mexicana ...


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