Joãozinho nunca foi o craque do time, mas sempre que entrava em
campo, com muito esforço, dava conta do recado e ajudava o time a
ganhar. Quando todos do time dizem “tira Joãozinho porque ele não
presta” estava dada a motivação para que ele arramasse sua
chuteira e desse de si o melhor. O problema é que de tanto correr,
por si e, às vezes pelo craque – que muitas vezes é o dono da
bola, do campo e dos juízes – cansou, a tal ponto que já não
consegue ter o mesmo pique. Seus músculos cansaram e, agora depois
de tanta torcida para que saísse, realmente, não se vê mais com
àquele motivação inicial. O problema de tudo isso é que o time,
também, nunca esteve disposto a investir num jogador, que ora
poderia correr pelas laterais, ora no meio, isso porque o técnico -
que às vezes fazia a vez de dono do time – nunca lhe deu
importância. Joãozinho joga sua última partida. Fez um compromisso
consigo: 'este será meu melhor jogo', mostrando que a característica
dos melhores atletas não é apenas o seu talento, mas a vontade –
permanente, de fazer o melhor e vencer – de preferência –
coletivamente.
O desencanto não é apenas com futebol, mas ele serve muito bem para
ilustrar isso.
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