quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Quinta-feira. Almoço solitário.

Faz muito tempo que não sei o que é almoçar com amigos ou mesmo em casa com a família. Logo, eu que não gosto de comer sozinho. Devagar, sentindo os sabores e acompanhando o ritmo do dia sempre gostei de fazer minhas refeições acompanhado. Acompanhado, obviamente, de pessoas que tenho apresso e que de alguma forma, possa de alguma forma fazer com que elas tenham por mim. Da última vez que sentei num almoço assim, pra mim não foi interessante. Muitos ao lerem isso pode imaginar que esteja falando daqueles almoços com a família toda reunida, feliz, igual a comercial de margarina. Nada disso. Só pra trazer a última vez que sentei com a grande família, achei uma merda. Isso: uma merda. Estava ao lado de pessoas que não gostam de mim, lembrando que a recíproca é verdadeira. Alguns sequer olharam na minha cara, todos comiam vorazmente e, nenhum assunto interessante foi tocado. Pra bancar o feliz eu não banco. Sentei por último. Comi lentamente pra que todos se levantassem. Deu certo e, como todos os dias, almocei sozinho. Quando digo que gosto de companhias à mesa, falo de amigos, da esposa (quando está afim de conversar, claro!) para trocarmos ideias, brincarmos. Nos últimos meses, com exceção dos domingos, minhas refeições tem sido de forma solitária. Agora, fora do trabalho onde sempre tinhas pessoas próximas e, morando na favela, percebo que a realidade é esta. Não falo só dos amigos, cada um tem sua vida. Penso que a dinâmica da vida moderna termina afastando às pessoas e, às vezes quando se reúnem é pra encher a cara em algum restaurante barulhento, cheio de pessoas mal educadas. Sabe de uma coisa? Deixa eu aqui sozinho. Assim, também, não tenho que me preocupar com detalhes. Qualquer coisa desce pra mim, sem esquecer não estou tão sozinho. Depois do almoço, sento na minha cadeira de balanço, abro um livro e, esqueço de toda essa porcaria de mundo. No fundo, acho que o solitário não sou eu, mas os outros que ainda não se deram conta, que de vez em quando, uma paradinha não faz mal a ninguém.

Nenhum comentário: