segunda-feira, 23 de maio de 2011

Felizes e alienados

Recentemente assisti no youtube um video de uma professora de Natal-RN Amanda Gurgel, em audiência pública na Câmera Legislativa daquele Estado. ( (ttp://www.youtube.com/watch?v=sVWSkGqHgFA ) Um desabafo, um verdadeiro desabafo diante da precariedade que se encontra a educação em todo pais. Acredito que, assim como eu, muitos ficaram perplexos diante do seu depoimento, muito embora tenhamos conhecimento de tudo que acontece na educação básica desse país. Pra mim esse discurso mostra duas coisas:
1°) a incompetência dos poderes públicos em investir, em dar prioridade ao sistema educacional em nosso país. O que temos é sempre uma arrumação diante do caos que já existe e, 2°) que a maioria dessa elite intelectual, responsável por pensar o país e tão ou mais incompetente que esses políticos. Quase sempre estes ficam no discurso do que deve ser o professor, que o professor dever ser amigo, deve ser pai, deve ser flexível, deve dar conteúdo de acordo com a realidade, blá, blá, blá. Mas pouco, muito pouco, se falar da sua profissionalização e, como é profissionalização, a questão do salário e de toda estrutura para o bom andamento de seu exercício devem ser as prioridades. É dar um minimo de dignidade.
O mesmo blá, blá, blá acontece em todas as áreas como: saúde. O SUS é ruim na minha concepção, é um dos piores serviços. Falo aqui do serviço. Filas intermináveis nas emergências e muita espera, dependendo do caso, tem que recorrer a Deus para não morrer. Falta de médicos, os salários do médicos inadequados, ou seja, muito baixos, falta de medicamentos, falta de leitos, etc. Já vi muito intelectual falar que é melhor ter um sistema ruim do que não tê-lo e, por conta disso, preferem fazer o discurso oficial.
Só pra terminar. Enquanto todas esses problemas prosseguem sem solução, porque não tem o interesse de fato em resolvê-lo, o Brasil continua firme nos seus investimentos para copa do mundo de 2014 e as olimpíadas de 16. Enquanto isso estamos todos felizes porque compramos mais carros, mais novos e potentes, mesmo que não tenhamos espaços para todas essas carroças. Tudo bem que a maioria das pessoas andem em coletivos, em péssimas condições, afinal, o time do povão ganhou. Que importância tem andar em ônibus que fedem, que quebram e que maltratam. Mesmo assim, continuamos felizes porque Deus é brasileiro e o seu povo é hospitaleiro. Sempre, sempre, sempre mais do mesmo. Felizes e alienados.

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