quarta-feira, 15 de abril de 2015

Que discordem, só não me censurem

Fala-se muito em crise. Claro que do ponto de vista econômico está evidente a falta de crescimento, agravado com o fantasma do desemprego que se abate sobre todos. Qualquer pessoa com algum senso crítico tinha noção que as coisas tenderiam a caminhar para isso. Não quero estender-se sobre a sangria que o Estado passou com todas essas obras faraônicas para a copa do mundo. Venderam isso com a promessa do legado. Que legado? As arenas? No caso de Pernambuco o torcedor vai demorar um pouco a acostumar-se com o padrão e os preços FIFA, sem contar as obras paradas, a exemplo dos terminais de BRTs. Enfim, acho que o único legado foi 7x1 e uma conta a ser paga. Não vou me estender sobre outros problemas financeiros que tem levado o Estado Brasileiro à crise. Sou da opinião que não novidades, a não ser mais do mesmo – até nas soluções propostas.
Saindo do campo econômico vivemos um período quente na tomada de decisões. Ser contra ou a favor sempre foi saudável e nos localiza no mundo, no entanto, estamos um pouco além. Não quero explicitar perspectivas pessoais, mas apenas relatar que todas os movimentos que assistimos e outros que viram fazem parte de algo saudável na democracia. As pessoas se mexem em função dos interesses e de todos os valores que se põe como elemento formador de sua identidade. Acho fantástico isso.
De tudo isso, tenho medo apenas da censura e/ou daquilo que se convencionar a aceitar como sendo permito do discutir ou não. Há tendência despóticas em qualquer segmento que se veem fechados em suas ideias. Se há diferenças é porque há concepções diferentes. Nada demais. Quando isso ocorre cabe o respeito e, se o diálogo não for possível, continua cabendo o respeito, com a diferença que cada um vai pro seu canto. Censurar, calar por meio do poder simbólico é regredir.
Em momentos difíceis faz-se necessário inventar caminhos, traçar novas estratégias. Para além disso, vejo a necessidade do posicionamento interior. Guiar-se por suas convicções, mesmo sabendo do peso das retaliações, das censuras, das forças contrárias que em algum momento podem te derrubar. É o risco que se corre. O outro lado é a tentativa do acerto. O importante é está consciente, mesmo quando a opinião e postura é que as pessoas menos valorizam.

A nossa felicidade depende mais do que temos nas nossas cabeças, do que nos nossos bolsos”.

                                                                                                                                                         Arthur Schopenhauer

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