quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Ao que se espera e ao que se mude … (hoje acordei com ácido na boca)

(OBS: isto é uma obra ficcional e qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência)

Já próximo do carnaval, ou seja, em idos de fevereiro (quando o carnaval chegar!) sinto, por algumas  perguntas que me fazem, que as pessoas parecem entorpecidas por algo que lhe prometeram e nunca aconteceu (simplesmente, porque ninguém, de fato, prometeu). É o sonho temperado por uma realidade dura, por um estilo de vida que não gera vida. Comparo isso a um grande incêndio cuja cinzas quentes buscam ressurgir ante os destroços  daquilo que outrora foi o grande sonho que todos contemplavam. O balde de água fria (para os locais que  ainda tem água!) não foi sobre o incêndio, mas sobre àquilo que as pessoas contemplavam. O fogo consumiu até destruir e a solução, que deveria ter sido aplicado sobre o que as pessoas tanto contemplavam, foi direcionado sobre suas cabeças. Ou seja, poucos se deram conta que não temos um projeto (longo, duradouro e difícil) de civilização, mas todos sabem o que fazer, todos sabem tudo e, muitas vezes quando não sabem consultam alguma frase de efeito que logo vem a solução. Todos sabem, apontam, dizem o certo e errado, escolhem, mas no fim dizem que as coisas são assim mesmo: não adianta mudar, porque o passado era pior, dizem como se recordassem de um pesadelo que nunca tiveram, apenas lhe contaram. Acabam num jogo oculto, e por vezes até perigoso, que continua   - sobretudo - a amedrontar àqueles que não conseguem vislumbrar nada além da realidade, justificando mais do mesmo sobre o argumento infantil de que mais do mesmo continuemos no mesmo. Esse é o grande problema e pelo qual não discuto, mesmo quando os pretensos investigadores, querendo ouvir da minha boca, a fantasia do qual acreditam, não saem da maneira esperada. Esbravejam, a exemplo de um nobre que disse: “não espera essa resposta do senhor!” Num tom quase de deboche na defesa dos seus mitos procuram na provocação a desqualificação daquilo que não gostariam de ouvir, e numa raiva infantil, procuram jogar as cinzas do incêndio  numa tentativa de desqualificar o outro (neste caso, eu).
Se nos falta tudo neste país, no qual tudo é levado nas coxas (muitas vezes até a nossa própria vida), diria que falta um pouquinho mais do isso. Nos falta “a História”, que é a possibilidade de pensarmos no que já foi feito e projetarmos – sem as fatalidades infantis e estomacais  - o futuro, num ponto de ruptura no qual a gratidão política  - num apadrinhamento de favores parcelados e renovados bianual  - não seja o peso que irá equilibrar ou desequilibrar a balança. Aos que dizem “Não esperava isso de Você” digo que não sou como os “filhinhos” de classe média que sentem vergonha da condição social alheia. Eu já passei fome, mas assim, como estes bondosos – que vivem num conflito freudiano de édipo, li e conheço o que supostamente eles acreditam que leram. Não são frases de efeito que me convencem, não é o jornal nacional ou frases bonitas de facebook que molda meu sistema de interpretar o mundo. Não sou “o sacerdote do saber” (como muitos que dizem “Não espera isso de você”), mas aprendi a questionar e tomar posição, independente do que grupinhos coloridos e de bandeiras dizem que devo fazer, só por que acham legal e moderninho. É o esteriótipo da bondade intelectual que vê àqueles que pensam diferentes como o demônio, num jogo maniqueísta entre o bem e o mal, que no final das contas fazem parte do mesmo sistema que tentam negar – até porque sua razão de pensar e de ser está naquilo que negam. Não entro num jogo de autopiedade política e intelectual de tomar as dores e fracassos da humanidade, porque acredito que o homem dotado de razão deva dá condução de sua vida e não ficar, apenas, culpando sistemas (aliás, ninguém nunca diz o que é sistema, prefere apontar o dedo)
“não espera essa resposta do senhor!”, mas não duvido que meu interlocutor  - com todos os seus diplomas, não diga por aí que o Brasil foi descoberto porque as correntes de ar sopraram de forma errada e Pedro Alvares Cabral chegou aqui por acidente. “Eureca! Como foi acidente, tudo que não presta veio pra cá e não foi pra lá. Logo! É assim! Por que mudar?” E tudo está tão fechadinho, certinho. E tanta gente que pensa errado tipo: “Não esperava isso...” Mas continuemos porque no passado foi pior, mas hoje é ruim e não vamos mudar pra não ficar pior e, assim, rodamos em torno de círculo, seja por medo, desconhecimento e/ou infantilidade com poucas chances de mudança.
Bom! Como todo mundo sabe de tudo, prefiro minhas convicções erradas e, como não sou filhinho mimado, nunca tive obrigações de levantar bandeira de ninguém. Falo pelo que acredito e viver: Ah! Essa é outra históriaaaaa! Agora, para quem tem mitos, cabe o meu respeito. Aos que duvidam  - como eu – fico apenas com minha canetinha desenhando e assobiando e, procurando na medida do possível, evitar “Não esperava isso ...” Porque se é de uma coisa que tenho medo é das grandes VERDADES, quase sempre temperadas de ódio, preconceito. Na dúvida, recomendo a História. Se ainda duvidam basta ver o que foi o fascismo e o nazismo. Pra não ser injusto incluo também o comunismo.

Um comentário:

Unknown disse...

Com tanta imprudência e discrepância observada na sociedade atual, nada melhor do que rouba a cena com um comentário em que mostra a falsa impressão de bom estar, ao observar que histórias antigas servem hoje para criar uma ilusão diante acontecimentos atuais e esconder a pura verdade, onde a sociedade vive em um conto de fadas onde tudo é mera coincidência e que no final tudo ficará bem, contudo dias piores estão por vir para desmascarar toda essa farsa e mostrar sua verdadeira identidade, onde surgirá calamidades públicas, escassez de recursos, descontrole econômico para toda a população, e certamente vai ser o primeiro de vários anos de caos, gerando modificações extremamente perigosas para o desenvolvimento da sociedade.