quinta-feira, 16 de janeiro de 2014


Caminho solitário em buscar de uma inspiração. O vento, o sol, a chuva meus velhos companheiros, amigos que me aconselham nos momentos mais difíceis. Vou a busca de mim sob olhar sem brilho das crianças. Tudo que quero neste momento é o sorriso simples de alguém que sente o peso da missão. Quanta paz isto pode me trazer, neste meu exílio existencial.
Preciso retornar, tragam-me de volta, meu mundo, minha vida. Tragam-me de volta a alegria de criança. Quanto mais distante, mais perdido. Quero sentir as energias de tuas mãos, o teu amor emanar de razões desconhecidas. Tem que haver um sentido para vida, se não, porque o sol? Por que a chuva? Gostaria ser como os passarinhos, porque não entendem mas sentem a força do sol, o peso da chuva, deslizam suas asas sob as do vento.
Por favor! Devolvam minha alegria, preciso respirar. Há uma chance de resistência. Oh Vento liberte-me do exílio, me conduz a braços ternos, integra-me a natureza, que eu volte a existir na minha condição, que os olhos voltem a brilhar, que as faces meigas se toquem num gesto de carinho, de ternura, que não sejamos nunca silenciados pelo medo do não existir e que a vida prevaleça sobre o medo.
Uma mão levanta sob os escombros, surge como uma flor sob as rochas. A razão não pode prevalecer sob o que há de mais escondido em nós. Somos feitos de suor, lágrimas e sangue, da dureza e da solidão de um mundo perdido na sua própria órbita. O calor que nos mantém vivo vem de origem da razão e da guerra que sem saber travamos com nós, mesmo.
Recife, 18 de novembro de 2007.
Jorge Alexandro

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