domingo, 30 de setembro de 2012

Até que fim, somos ricos, bonitos e modernos.

O homem dito “moderno” sempre almejou pela paz, condição para se alcançar todos os objetivos de ordem social. O tão sonhado progresso, que de acordo com a maioria, o único capaz de fazê-lo romper das amarras de sua condição animal, condição esta tão temida por todos. Não é por acaso, que lemos em alguns livros que o progresso é a condição em que o homem transforma a natureza e sua própria condição. Não sei até que ponto isso é verdade, até porque isto é um assunto pra grandes acadêmicos ou da nossa fabulosa elite intelectual mas, independente disto, me atrevo que as vezes isso pode ser visível e risível. Basta vê os jovens que agora se preocupam em engrossar pernas, braços, aumentar a bunda e diminuírem “o músculos cerebral”. Não deixa de ser uma transformação da natureza. A construção de viadutos, para mais carros na cidade, mais hospitais para acidentados e infartados por alta carga de trabalho fazem parte do mesmo processo. Psicólogos, psicanalistas (e adjacências) nunca trabalharam tanto, são muitos com muitos problemas e pouca vida social, afinal, precisam, em última análise, seguirem o ritmo. Que o mundo esteja explodindo (ou implodindo mesmo) pouco importa. Nunca somos tão ricos, os pobres deixaram serem pobres, sem ao menos saírem de casas, comemos e bebemoramos algo nunca visto. Enfim, o sonho realizou: “Oh, terrinha boa: não tem terremoto, não tem guerra, tufão só o corno da novela e, agora! pronto todos felizes”. Por mais barulho nas ruas estamos em paz. Vai-se de um canto a outro e, percebe-se que tudo foi resolvido. A única coisa que pode nos parar é o incômodo comercio informal. Nos causa incômodo não é porque esteja nos parando no meio da calçada mas, porque nos fala de algo que não queremos pensar mais: o fantasma da pobreza, que segundo muitos não existe mais é algo que incomoda. É só limpar. Desejamos a Paz mas, algumas ideias não foram apagadas. Ou alguém dúvida que não será feita uma limpeza, não será como no passado, claro!, mas a visão indesejada está será suprimida como um cogumelo de fogo. É a chama do progresso. E relacionando tudo isso com as eleições vemos que nada e ninguém perturba às pessoas de bem. As bandeiras que sempre foram incômodos, continuam a incomodar, só que dessa vez é um incômodo diferente. Antes é porque elas simbolizavam algo, hoje porque a militância paga vivem a nos esfregar na cara que temos que votar e escolher alguém. Dá pena vê esses diaristas de partido em suas campanhas. Uma deles certa vez me chamou atenção. Segurava uma enorme bandeira e com outra devorava um frango assado, em redor crianças de rua queriam ajuda-la em troca de pedaço de carne, um pouco mais afastado o porta bandeira adversário observava tudo de longe. Não estava indiferente ao que fazia. Ninguém, meio dia fica indiferente ao sol e a fome. Enfim, conseguiram o que tanto sonharam: a paz. Tão necessária ao progresso, tão necessária às conquistas e para que ninguém a perca. Até que fim, somos ricos, bonitos e modernos. Ah! Não posso esquecer: vivemos em paz!

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