domingo, 26 de fevereiro de 2012

Se for possível? .... Verônica

Foram seis meses de espera quando, finalmente, Verônica consegue criar uma situação para que Robson pegue uma carona até um local seguro. Verônica parecia entusiasmada, ao encontrar o colega fez questão de lembrar: “Hoje você vai comigo não é?” “Claro”, respondeu Cada um no seu departamento. No final do expediente bateram o ponto. “Vamos!”, disse a companheira de trabalho. Robson não respondeu. Seguia a colega, os cabelos caracolados, a pele branca e o rebolado numa visão privilegiada. No estacionamento poucos deram importância a presença dos dois. Destravou o carro, entrou primeiro, ligou o ar condicionado. Abriu a porta. Enquanto seguiam de carro Verônica o convidou a pararem no calçadão, para verem o mar a noite. Robson topou. Sentados no calçadão, um do lado do outro. Verônica parecia em êxtase, o olhos fechados deixava que o vento jogasse para cima seus cabelos. Robson a olhava, foi inevitável não tocar-lhe o rosto. Verônica voltou pra ele: “Vamos?” voltaram pro carro. Cinco minutos depois Robson estava entregue no local combinado, pegaria, ainda, um ônibus. Pelo tempo que ficou de frente pro mar seria mais difícil. Poucos minutos depois Verônica decidiu voltar, parou próximo e, disse: “Te levo pra casa”. Já bem próximo de da casa de Robson, ela faz o retorno e vai direto pra sua casa. No caminho nenhuma palavra, apenas a música em altura ambiente, as luzes da cidade com os poucos carros que ainda trafegavam pelo bairro nobre, que a esta hora encontrava-se repleta de garotas de programa e travestis. Viviam a noite da cidade grande. Chegaram no apartamento. Robson parecia assustado diante do luxo e do bom gosto de Verônica. Na mesa alguns cadernos e livros espalhados, “Não liga pra bagunça, isso é coisa da minha filha” disse desculpando-se, “Senta ai!”, apontou para o sofá. Vinte minutos depois, Verônica reaparece encantando a Robson. Sem as maquiagem fortes,de camiseta cobrindo sutilmente sua lingerie. Ainda mais feminina, com olhar de quem conhece as artimanhas do amor. Bebiam lentamente, conversavam, vez por outro Robson levantava-se a admirar a coleção de discos de vinil. Por volta das três horas da manhã Verônica se despediu, cansada foi para o quarto, a visita permanecia num estado de transe, Verônica a esperava era, também, ansiosa e chama, discretamente: “Está tarde” Cansados de um dia de trabalho e uma noite de companhia dormiram. Esqueceram dos compromissos do outro dia. Dez horas levantaram-se. Robson admirava Verônica no melhor momento de se vê uma mulher, levantou, tomou banho. Despediram-se como velhos conhecidos. Do lado de fora, Robson sentia-se pequeno diante da imponência das pessoas que retomavam a rotina. De alguma forma queria estar ali, protegido por àquela mulher que não estava preocupada com sua condição social, com seu modo de vida. Pareciam se conhecer anos, sentia-se bem na sua companhia. “Quem sabe ela me dá outra carona” pensou enquanto apertava no ônibus, quem sabe agora nos encontramos. Verônica era um sonho que guardaria eternamente. Jorge Barbosa Recife, 26 de fevereiro de 2012

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